Logo que tomei minha
primeira bomba no colégio (em 1995 a 6º série ainda era Ginásio), fiquei muito
amigo do Romeu, meu camarada até os dias atuais, mas que na época curtia
apropriações indébitas, principalmente de registros fonográficos em prateleiras
de supermercados e lojas de discos. Eis que então ele me emprestou a coletânea
“Big Ones” do Aerosmith para que eu sacramentasse tal aquisição à módica
quantia de R$ 7,00.
Na época eu não sabia
dormir sem meu microsystem ligado, e sinceramente não sei como não enjoei de
tanto ouvir aquela coletânea, eu pulava as baladas de novela e pirava com os
riff´s de guitarra e os vocalizes bizarros do velhote que era a cara, ou a
bocarra, do lateral-direito Paulo César Costa (que jogou no Vasco, no Cruzeiro
e no Galo), conforme comparação que a extinta Show Bizz publicou na edição de,
salvo engano, dois anos sem Kurt Cobain.
Desde então Walk On The
Water virou minha predileta e depois do lançamento do “Nine Lives”, cujo qual
surrupiei uma edição com a capa censurada de uma ex-namorada, cheguei a
conclusão de que precisava conferir os caras ao vivo, mas eles não estavam na
minha lista de prioridades e nenhum dos meus amigos compactuava do mesmo
interesse. Em 2010 minha mulher e eu enrolamos para comprar os ingressos de meia-entrada,
e por questões financeiras abortamos a ida ao show de São Paulo, mas quando
anunciaram a vinda dos velhotes para 2011, exatamente no dia do meu aniversário
de 30 anos, tínhamos certeza de que dessa não passaria.
Confesso que o show foi
bem aquém do que eu esperava, mas logo na entrada do Anhembi ao avisar centenas
de barangas com faixinha vagabunda com o nome da banda na testa vi que o
público estava mais pra fãs de Bon Jovi do que pra fãs do Van Halen, era o
prenúncio de um show de hard rock contaminado pelas melosas baladas de
emissoras FM. E não deu outra, ou ouvia mais a voz das mocorongas desafinadas
mandando ver no embromation do que a do sogro que todo apreciador de morenas
gostaria de ter.
Das baladas acho que não
faltou nenhuma, mas o hard rock de 40 anos atrás foi em boa parte preterido.
Nada de “Walk On The Water”, “Eat The Rich”, “Dude (Looks Like a Lady)”, ou
mesmo de “Falling In Love (Is Hard On The Knees)”, mas tudo bem, a chuva estava
suportável e eu fui surpreendido por um indesejável orifício anal vindo em
minha direção! Eu explico, é que minha mulher me falou pra chegar pro lado,
pois uma das histéricas à nossa frente havia se agachado para urinar, e ao se
levantar, a despudorada ainda despida direcionou seus felpudos fundilhos à mim.
Findado o show saí um
pouco frustrado com a apresentação, do repertório à sonorização, mas satisfeito
por ter celebrado meus primeiros 30 anos com minha mulher em um show que estava
mais para trilha sonora de casais apaixonados.
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