sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A melosa balada do Aerosmith


Logo que tomei minha primeira bomba no colégio (em 1995 a 6º série ainda era Ginásio), fiquei muito amigo do Romeu, meu camarada até os dias atuais, mas que na época curtia apropriações indébitas, principalmente de registros fonográficos em prateleiras de supermercados e lojas de discos. Eis que então ele me emprestou a coletânea “Big Ones” do Aerosmith para que eu sacramentasse tal aquisição à módica quantia de R$ 7,00.

Na época eu não sabia dormir sem meu microsystem ligado, e sinceramente não sei como não enjoei de tanto ouvir aquela coletânea, eu pulava as baladas de novela e pirava com os riff´s de guitarra e os vocalizes bizarros do velhote que era a cara, ou a bocarra, do lateral-direito Paulo César Costa (que jogou no Vasco, no Cruzeiro e no Galo), conforme comparação que a extinta Show Bizz publicou na edição de, salvo engano, dois anos sem Kurt Cobain.

Desde então Walk On The Water virou minha predileta e depois do lançamento do “Nine Lives”, cujo qual surrupiei uma edição com a capa censurada de uma ex-namorada, cheguei a conclusão de que precisava conferir os caras ao vivo, mas eles não estavam na minha lista de prioridades e nenhum dos meus amigos compactuava do mesmo interesse. Em 2010 minha mulher e eu enrolamos para comprar os ingressos de meia-entrada, e por questões financeiras abortamos a ida ao show de São Paulo, mas quando anunciaram a vinda dos velhotes para 2011, exatamente no dia do meu aniversário de 30 anos, tínhamos certeza de que dessa não passaria.

Confesso que o show foi bem aquém do que eu esperava, mas logo na entrada do Anhembi ao avisar centenas de barangas com faixinha vagabunda com o nome da banda na testa vi que o público estava mais pra fãs de Bon Jovi do que pra fãs do Van Halen, era o prenúncio de um show de hard rock contaminado pelas melosas baladas de emissoras FM. E não deu outra, ou ouvia mais a voz das mocorongas desafinadas mandando ver no embromation do que a do sogro que todo apreciador de morenas gostaria de ter.

Das baladas acho que não faltou nenhuma, mas o hard rock de 40 anos atrás foi em boa parte preterido. Nada de “Walk On The Water”, “Eat The Rich”, “Dude (Looks Like a Lady)”, ou mesmo de “Falling In Love (Is Hard On The Knees)”, mas tudo bem, a chuva estava suportável e eu fui surpreendido por um indesejável orifício anal vindo em minha direção! Eu explico, é que minha mulher me falou pra chegar pro lado, pois uma das histéricas à nossa frente havia se agachado para urinar, e ao se levantar, a despudorada ainda despida direcionou seus felpudos fundilhos à mim.

Findado o show saí um pouco frustrado com a apresentação, do repertório à sonorização, mas satisfeito por ter celebrado meus primeiros 30 anos com minha mulher em um show que estava mais para trilha sonora de casais apaixonados.

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